domingo, 20 de janeiro de 2013

Django Livre e seu estilo tarantinesco de ser





Quentin Tarantino é mesmo um mestre em construir histórias sobre vingança. Para os personagens de Tarantino, vingança não é um prato que se come cru. É um prato que se delicia aos poucos, sentado a uma mesa bem posta e, de preferência, com o corpo de seu inimigo a servir de assento. Django Livre é um típico Tarantino. Lá está mais uma vez sua estética inconfundível e suas referências pops cinéfilas (que aqui parecem homenagear Clint Eastwood, Sergio Corbucci e Enzo Castellari). Django (Jamie Foxx) é um escravo, que é comprado pelo dentista/caçador de recompensas Dr. King Schutz (Christoph Waltz, em mais uma atuação épica). Dr. Schultz quer que Django o ajude a achar os irmãos Brittle, procurados da justiça e por cujas cabeças promete-se pagar um bom dinheiro. Depois de devidamente liquidados, bem ao estilo tarantinesco de ser, Django parte em busca de sua amada esposa Broomhilda, que foi comprada por Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), um americano que não fala uma palavra em francês, mas que por motivos que desafiam a lógica gosta de ser chamado de monsier Candie. E para contar a saga de Django, Tarantino abusa de closes significativos e do jorrar exagerado de sangue, coisa que também caracteriza seus longas. Agora, vamos combinar que o filme é um tanto quanto longo demais: 2h45m. Não que a duração excessiva comprometa o ritmo do filme, mas chega uma certa altura que o desconforto simplesmente começa a tomar conta do corpo. Como já disse anteriormente, Christoph Waltz está estupendo, construindo seu personagem com um misto perfeito de ironia, intensidade e cinismo. Destaque também para Samuel L. Jackson, que rouba absolutamente todas as cenas em que aparece.   

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