domingo, 25 de abril de 2010

Entrevista com os produtores de Lost



A revista norte-americana Wired disponibilizou em seu site uma entrevista com os produtores de Lost Damon Lindelof e Carlton Cuse. Confira abaixo alguns trechos da conversa. As observações em negrito foram feitas por mim.

Carlton Cuse: No início, o segredo era não fazer a série se prender num gênero para que pudesse ser sobre os personagens. O público se interessou primeiro pelos personagens e depois pela mitologia. Fomos criticados por não mostrar os personagens conversando sobre a mitologia e pensamos, “eles estão certos, o nosso segredinho era esse”. Ao fazer o público não discutir a mitologia, ele se interessaria mais em saber “Kate vai terminar com Sawyer?” e em reconhecer “Estou realmente encantado pela complexidade de Benjamin Linus”. Era sobre isso que nós queríamos ver o público discutindo, não se a equação de Valenzetti tinha alguma relevância para o funcionamento das propriedades mágicas da ilha.

Lindelof: Nós sabíamos as respostas para os mistérios, mas o que não tínhamos eram as histórias prontas. J.K. Rowling poderia chegar e dizer: Foi assim que os pais de Harry Potter foram mortos e aqui está quem os matou, mas como posso revelar isso para o público da forma mais emocionalmente impactante? Portanto nós sabemos o que precisamos fazer, mas tínhamos pouca ideia de como ou quando iríamos fazê-lo (é, deu mesmo pra perceber).

Cuse: Nós realmente queríamos contar mais histórias sobre a história da ilha. Fomos nos tornando mais e mais fascinados com a Dharma e o público parecia estar realmente interessado. E pensamos, como vamos contar essas histórias? Nós certamente não queremos apenas voltar no tempo e apresentar um monte de personagens novos no tempo da Dharma. Daí, concluímos que a melhor forma de fazer isso era colocando os personagens naquele mundo, o que nos levou a escolher aquele recurso narrativo. Além disso, havia esse tema incrível que queríamos explorar na série: destino versus livre arbítrio. E nos pareceu uma tremenda oportunidade usar a viagem no tempo literalmente tanto como recurso narrativo de fato quanto como mecanismo que nos permite ir mais fundo na construção dessa questão, que fica mais e mais relevante na medida em que nos aproximamos do fim.

Damon Lindelof: Nas temporadas anteriores era fácil dizer o que aconteceu antes e o que aconteceu depois. Agora todo mundo fica, “não sei quando isso aconteceu, porque as coisas estão diferentes.” Não se trata apenas de dizer o que teria acontecido se o avião tivesse aterrisado; Jack agora tem um filho e há outras mudanças. O público está dizendo, “espero que eles expliquem a relação entre essas duas histórias.” Isso no nosso entendimento, é a única resposta que devemos (Oi? É sério isso? Será que estamos realmente falando da mesma série?)

Cuse: Muita coisa ficará no ar para ser debatida quando a série acabar (Opa! Peraí! E as promessas de que tudo seria respondido?). Nós vamos apontar uma conclusão, uma que esperamos que seja satisfatória.

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